Doenças tropicais negligenciadas na Amazônia e suas representações na grande imprensa escrita (1960-1980)
Main Article Content
Resumo
Este artigo é resultado de uma análise histórico-cultural sobre as formas de abordagem da doença e seu enfrentamento na Amazônia, a partir da grande imprensa nacional entre as décadas de 1960 e 1980. Com ele, procura-se participar das discussões sobre as muitas imagens pelas quais estes veículos vêm construindo representações sobre a Amazônia a partir do recorte temporal elencado. Tem como enfoque central a questão das epidemias que transpuseram aspectos sociais, históricos e culturais sobre a região de um modo geral e sobre Rondônia de uma forma específica. O impacto social das Doenças Tropicais Negligenciadas no Brasil se caracterizava na Amazônia pelo avanço “espontâneo” e/ou incentivado de forma governamental, à custa da exploração humana e ambiental. Foram investigados três grandes veículos da imprensa brasileira: os jornais “Folha de São Paulo” e “O Globo”, bem como a revista “Veja” que passaram pela análise serial e de conteúdo, com análise estatística e ponderações qualitativas. O quadro teórico no qual esta pesquisa se inscreve é o dos estudos culturais e da História Cultural, anuindo singular importância à construção da imagem de local da insalubridade sobre a Amazônia que rivalizava com a representação de “Terra da Providência” presentes nas mesmas páginas periódicas.
(Image by Picography from Pixabay)
Downloads
Article Details
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Referências
ALVES, F. L. Usos e abusos da imprensa escrita enquanto fonte histórica para a historiografia e história da educação. In: VII SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E CULTURA NO BRASIL”, 7, 2006, Campinas, Anais...Campinas, Graf. FE: HISTEDBR, 2006.pp. 1-10.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Plano de eliminação da malária no Brasil. Brasília, DF, 2016. Disponível em http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/janeiro/04/Plano-eliminacao-malaria-pub.pdf acesso em 8 de jun. 2018.
BRAUDEL, F. História e Ciências Sociais. A longa duração. In: Escritos sobre a História. 2 ed. São Paulo: Perspectiva, 1992. pp. 41-78.
BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997
________, Peter. O que é História Cultural? Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
CAMARGO, Erney Plessmann. Doenças tropicais. Estud. av. [online]. 2008, vol.22, n.64, pp.95-110. https://doi.org/10.1590/s0103-40142008000300007
CONHEÇA a malária. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, s/d. 8p. Disponível em: http://www.fiocruz.br/ioc/media/malaria%20folder.pdf. Acesso em 10 mai. 2018.
CUNHA, E. da. À margem da história. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
DELUMEAU, Jean. história do medo no ocidente 1300-1800: uma cidade sitiada. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Estudantes forma mensageiros da esperança para Rondônia. O Globo, Rio de Janeiro, 8 de ago. 1967, p. 10.
HARDMAN, Francisco. Trem-fantasma. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
Mais de 152 vítimas de malária em Rondônia. Folha de São Paulo, 27 de mai. 1979, p. 9.
Malária põe Rondônia sob emergência. O Globo, Rio de Janeiro, 30 mai. 1980, p. 8.
O faroeste brasileiro. Veja, 27 de ago. 1980, p. 59 – 62.
Sucam aponta obstáculos para combate à malária. O Globo, Rio de Janeiro, 13 de fev. 1980, p. 6.
WILLIAMS, Raymond. Cultura e materialismo. São Paulo: Unesp, 2011.