A despatologização das identidades TRANS e a psicologia brasileira frente a luta pelos direitos LBGTQI+

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Ana Kelma Cunha Gallas
Anna Karitha Meneses Brito
Francisco Marcelo Vieira da Silva

Resumo

Devido ao avanço da direita e do conservadorismo no cenário político nacional, o país enfrenta revisões sistemáticas de suas políticas sexuais (VELASCO E CRUZ; CODAS, 2015). Desde 2011, os ataques aos direitos e à cidadania LGBTQI+ vem se intensificando no campo social, especialmente, por meio de campanhas contra a chamada “ideologia de gênero”, termo de que se servem os movimentos contrários a legitimidade das identidades sexuais e de gênero. O presente estudo tem como objetivo evidenciar alguns dos marcos históricos que contribuíram para a institucionalização da transexualidade como patologia; discutir as perspectivas de implementação do processo transexualizador em um país refratário à diversidade sexual e debater, no âmbito das Teorias de Gênero, qual o lugar que a Psicologia ocupa no processo de despatologização da transexualidade. Como método de pesquisa, foi adotado a revisão crítica da literatura que busca analisar o estado atual das pesquisas em relação às identidades trans publicados em documentos, bem como identificar de que modo as Teorias de Gênero têm contribuído para o processo de despatologização dessas identidades. A pesquisa visou, sobretudo, debater as identidades trans e a importância dos profissionais de Psicologia na luta pela despatologização das identidades trans no Brasil. Considerando Gênero como uma ferramenta teórico-metodológica útil para os que trabalham com os objetos teóricos e analíticos relacionados ao campo das Ciências Sociais e Humanas, esta pesquisa articulou três categorias analíticas: Gênero, Identidade, Transexualidade.


(Imagem Hypescience)

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Como Citar
GALLAS, A. K. C.; BRITO, A. K. M.; SILVA, F. M. V. A despatologização das identidades TRANS e a psicologia brasileira frente a luta pelos direitos LBGTQI+. Journal of Social Sciences, Humanities and Research in Education, v. 2, n. 2, p. 51-58, 30 dez. 2019.
Seção
Artigo
Biografia do Autor

Ana Kelma Cunha Gallas, Centro Universitário Santo Agostinho - UNIFSA

Professora Orientadora do trabalho. Mestre em Antropologia e Arqueologia pela Universidade Federal do Piauí. Professora orientadora do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do Centro Universitário Santo Agostinho. Pesquisadora do SEXGEN - Grupo de Pesquisa Sexualidades, Corpo e Gênero (UFPA), ComGênero – Comunicação, Gênero, Corpo e Sexualidade (UESPI), e coordena o Diversidade (UNIFSA).

Anna Karitha Meneses Brito, Centro Universitario Santo Agostinho - UNIFSA

Aluna de graduação do Curso de Psicologia do Centro Universitário Santo Agostinho. Bolsista PIBIC/UNIFSA.

Francisco Marcelo Vieira da Silva, Centro Universitário Santo Agostinho - UNIFSA

Aluno de graduação do Curso de Psicologia do Centro Universitário Santo Agostinho. Bolsista PIBIC/UNIFSA.

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