Ação cultural e pós-modernidade nas bibliotecas de Porto Velho

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Edson Rodrigues Cavalcante

Resumo

Este artigo discute as contraposições de cânones da biblioteconomia (Flusser, Milanesi e Teixeira Coelho), no que se refere a Teoria da Ação Cultural, às correntes de pensamentos da pós-modernidade, que caracterizam o momento atual como a época das incertezas, das fragmentações, da troca de valores, do hedonismo, dos momentos efêmeros, da substituição da ética pela estética, do narcisismo, da apatia, do consumo de sensações e do fim das grandes narrativas. A posição assumida neste trabalho é a de que, no contexto da biblioteconomia, ainda não foi assimilada a pós-modernidade como linha de atuação das bibliotecas, uma vez que a sua visão trafega dentro da narrativa do ideal iluminista-positivista. O objetivo é, a partir da comparação de diferentes visões de Ação Cultural nas Bibliotecas e a Pós-Modernidade, formular um novo posicionamento crítico das bibliotecas e bibliotecários como mediadores de projetos de Ação Cultural. A historicidade amazônica, delimitada à Porto Velho, configura o cenário para a discussão. Justifica-se a escolha, por entender que Porto Velho constituiu, ao longo de sua formação, como um entre-lugar de junção de diásporas, trazidas pelo discurso da modernidade no meio da selva, que aqui deixaram resquícios de suas respectivas culturas.


(Imagem de PIRO4D por Pixabay)

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Como Citar
CAVALCANTE, E. R. Ação cultural e pós-modernidade nas bibliotecas de Porto Velho. Journal of Social Sciences, Humanities and Research in Education, v. 2, n. 1, p. 1-8, 15 jun. 2019.
Seção
Artigo
Biografia do Autor

Edson Rodrigues Cavalcante, Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA

Graduado em Biblioteconomia pela Universidade de São Paulo (USP) e Especialista em Docência do Ensino Superior pela Universidade Castelo Branco (UCB - RJ).

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