Mulher-macho, sim senhor: discutindo a ambiguidade de corpos e de gênero na literatura brasileira

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Ana Kelma Cunha Gallas

Resumo

Este artigo apresenta alguns aspectos da complexa relação entre corpo, cultura e gênero nas sociedades contemporâneas, reflexão que nasce do resgate de personagens femininas presentes na literatura brasileira, caracterizadas como “masculinizadas”. Nessas narrativas, o corpo é atravessado por discursos e de conflitos inerentes às relações de gênero, nos quais se expressa o poder. A problematização resgata a fragmentação das concepções a respeito do corpo, da sexualidade e do gênero no mundo contemporâneo, mas, sobretudo, uma reflexão sobre os significados urdidos a partir do conflito entre a tradição e a emergência de novos conceitos. Nesse estudo, confere-se destaque às relações entre performance e gênero, a partir do diálogo entre autores como Michel Foucault (2005), Judith Butler (2002, 2003) e Paul Preciado (2011). Através desses autores, discutem-se personagens como Diadorim, Maria Moura e Luzia Homem.


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Como Citar
GALLAS, A. K. C. Mulher-macho, sim senhor: discutindo a ambiguidade de corpos e de gênero na literatura brasileira. Journal of Social Sciences, Humanities and Research in Education, v. 4, n. 1, p. 31-37, 30 jun. 2021.
Seção
Artigo
Biografia do Autor

Ana Kelma Cunha Gallas, Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA)

Doutoranda em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Mestre em Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal do Piauí (2011-2013). Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Piauí (1993). É pós-graduada em Imagem e Publicidade (UFPI, 2002); em Docência do Ensino Superior (UNIFSA, 2007) e em Gestão em Comunicação Corporativa (UFPI, 2008). Atualmente é professora titular do Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA). 

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